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Alasca

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Deixou a festa dos mortos e suas caveiras, o sombrero, o chilli e o mexicano com quem fumou haxixe e se equilibrou na linha da fronteira  para trás.  Monterrey, Guadalajara e Cidade do México virou projeto de futuro,

Agora 

estava chegando no norte do Alasca, iria pisar em gelo
sentiu calafrios

tinha diante de si uma nova paisagem: um horizonte límpido  e enormes  geleiras

nessa ordem aparetemente sem caos,
sem grandes arranha céus e caminhões,

sem o seu americam way life,
que ficou pra trás, no coração do Colorado depois das brigas ciumentas no Arizona,
estava outra vez só
só em uma cidade gelada
só com as suas crenças e a sua identidade dilúida

só e ao mesmo tempo acompanhada do cientista brasileiro que a contratou com Ghost Writer no Colorado,

contrato que prolongou a sua temporada por aqui

e a trouxe para esse pedaço do território americano não incluído no seu roteiro de viagem

e muito menos imaginado ou sonhado por seu cérebro febril e obsceno.

 

Seu nariz dilatado sentiu cheiro de mar e de peixe

cheiro predominante do lugar

tremendo de frio

viu o sol brilhando dentro do helicóptero que pousou em uma base americana onde militares ouviam Rolling Stones enquanto jogavam baseball com casacos pesados em um campo sem grama.

Entusiasmou-se!

Tinha fetiche por fardas e botinões.

Em dois dias de estadia já tinha um novo amante

com quem  se enroscava debaixo de 4 cobertores.

 

Depois de duas semanas já fazia confidências e  revelações

se apaixonou

ele apertou carinhosamente  o seu corpo fofo no uniforme militar condecorado e pediu ordenando: fica 

tossiu, engasgando o seu inglês

 

Merd

intrigada e em dúvida

no cubículo do banheiro público

sentada na privada

repetiu baixinhi pra ele não ouvir  como um mantra e em francês

merd

 

não poderia ficar

e nem queria

 

Nenhuma impureza no branco da paissagem,

nenhum barraco, nenhum negro, nenhum terreiro, 

nenhum campinho de várzea, calor dos sertões e lembrança da bahia

 

saturada

foi para capela da base militar

praticou o seu sincretismo religioso

no altar 

frente a frente com um santo desconhecido

ajoelhou

mas apelou para São Judas Tadeu

com uma oração inventada.

 

Confusa

teve uma visão

a velha protestante do meio oeste, mãe do seu amercian way life,

apareceu, intrusa, colada no vitral da capela sorrindo maldosamente

alucinação?

 

decifrou o enigma

a mae 

com suas rezas e seu coração conservador republicano

tirou dela o seu loiro caipira do meio oeste americano

 

Clamou tímida pelo paraíso perdido

enquanto o santo estátua olhava sem censura para sua  cara de herculana

 

 

seu sangue ferveu de raiva, ruborizando suas bochechas no local sagrado 

 

ainda ajoelhada, sua bunda rebolou,

distraída, quase derrubou o castiçal onde uma vela ficava eternamente acesa aos pés do santo estátua

 

com um ardor queimando o corpo por dentro e por fora

abandonou a a capela e oração não terminada 

e foi pra fora esfria-lo  nas ruas brancas

 

não ficaria aqui

diria não ao sim

 

não queria  nem  viver, nem morrer sempre vestida com pesados casados e debaixo de 4 cobertores

e muito menos viver insatisfeita,  em uma guerra fria, 

destilando seu veneno sem remédio contra os exóticos nativos, os ursos polares e as enormes baleias.

 

terminaria os trabalhos como ghost writter

faltava mais algumas semanas frias

depois pegaria os dolares

e partiria

 

Aliviada com a decisão

caminhou estrangeira sem ser percebida pisando em  neve 

 

pediu para exu abrir os seus caminhos

cantou

um ponto de candomblé baixinho na cadência da bossa nova

suavemente baixinho,

sem atabaques 

sem banquinho

sem violão

cantou.

 

Aos pés da Santa Cruz você se ajoelhou
Em nome de Jesus um grande amor você jurou
Jurou, mas não cumpriu, fingiu e me enganou
Pra mim você mentiu
Pra Deus você pecou
O coração tem razões que a própria razão desconhece
Faz promessas e juras, depois esquece
Seguindo este princípio você também prometeu
Chegou até a jurar um grande amor
Mas depois esqueceu

por Vagner Luis Alberto

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Acordar cupido

E foi olhando o céu
Na passagem entre o hemisfério norte e sul
Quando o mesmo fog que viu em São Francisco corria pelas asas do avião a mais de 10 mil quilômetros de altura
Que ele sentiu saudade daquela cocha carnuda entre as suas
E daqueles abraços apertados que lhe fariam falta a partir de agora

Já não havia mais o aconchego da mansarda de Boston
Nem a alegria capitalista das ruas de New York
Sobrariam as lembranças das tardes douradas no Charles River
Ou da surpresa a cada tarde na casa brasileira
Ou nos bares portugueses

Agora era retomar a vida, um trabalho qualquer, um outro amor qualquer
Voltar para o chão de terra batida
Onde as porteiras têm trancas envelhecidas
Onde as vacas ruminam suas memórias amarguradas
Onde não há rios que correm
Mas lagoas escuras que escondem lobos e traíras com seus dentes violentos

Teria q buscar o conforto no ébrio
E novamente na eterna busca para acordar cupido
Que dormia num salão do Metropolitan Museum of Art
aprisionado no mundo de morfeus

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Sounds Good

eu vi a manhãzinha acontecer em boston
enquanto você me abraçava naquele dia frio de outono
eu vi os pássaros dançando no céu
dizendo q agora era novamente a hora de deixar o outro chegar
eu vi o céu azul da nova inglaterra
dando risadas de nós dois
com nossas línguas de cachorro e de diabo a nos fadar
eu tentei explicar o que era saudade
e você o que era sounds good
nem percebi q eu era a novidade
e você um enfant terrible escondido
com aquela febre
corpo queimando e esquentando meu torpor
éramos nós dois escondidos no último andar da columbus avenue
gemendo na madrugada
escutando os bêbados soltos na noite fria
eu homem por inteiro
aprendendo desde o início
com você menino professor
a minha sina é aprender pra sempre as artimanhas do amor

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Ele canta, dança, divulga as tradições culturais brasileiras em Boston. Há 8 anos vivendo nos Estados Unidos, o ator nascido em Vitória da Conquista fala de sua experiência em terras norte americanas, suas impressões sobre o Brasil. Robson coleciona histórias incríveis, muitas impossíveis de serem relatadas, mas que acabarão um dia indo para as telas. Atualmente, ensaia “Navalha na Carne” de Plínio Marcos, que tem estréia prevista para março. Robson interpretará o papel de Veludo, um veado “tinhoso”, nesse que será seu primeiro espetáculo em inglês.

Marcelo de Trói: Quando você pensa na Bahia aqui no Hemisfério Norte…
Robson Lemos: Me lembro de um dia em que eu estava confuso, triste pela Avenida Sete, e fui parar no Porto da Barra. Lá eu chorei vendo o por do sol. Lembro dessa cartase da Bahia que faz você estar presente na terra.
MT: Como foi chegar aqui? E como a Bahia está presente aqui?
RL: Quando eu cheguei em Salvador eu fui saber o que era sertanejo e quando cheguei nos Estados Unidos descobri que eu era brasileiro e baiano. De estar bem com tudo, com a neve e estar curtindo agora, por exemplo, esse frio de dois graus nesse feriado americano: o Thanksgiving que é o Dia do Peru. E o que é este feriado? Num periodo de muito fome, muita miséria, de muito frio, os americanos não tinham o que comer, e o que começou chegar em bandos ao redor, perus, cantando alegremente. Eles são o símbolo do Thanksgiving, do agradecer, foi o peru que ajudou a matar a miséria nesse período de grande fome.
MT: E por isso tão importante toda essa cerimônia, até na Casa Branca, quando presidente dá o perdão para o peru (risos). Assisti ao vivo pela internet.
RL: Interessantíssimo. E isso significa que o americano não quer mais sofrer esta miséria, quer continuar em ambundância.
MT: E como você acha que toda essa cultura louca interfere na sua arte?
RL: O mundo está extremamente globalizado e eu consigo ver a globalização do Brasil. Existe tanta diferença, mas tudo está tão proximo. A diferença ainda é a política, a economica e principalmente, a questão da Justiça. Se eu pudesse falar asssim, o que mais me irrita, o que mais me deixa inseguro na volta para o Brasil é a questão da Justiça. Todo mundo come lá, vive feliz com o pouco que tem.
MT: E aqui também.
RL: Aqui também. E ninguém aqui é rico, mas a questão da Justiça pesa muito. A impunidade. O Brasil tem uma coisa terrível em relação a isso e que precisa ser mudada. Uma coisa que sempre trabalho na minha arte é a necessidade humana. Algumas necessidades são básicas para todos os seres humanos, independente da língua. Uma delas: o amor. Envolve todo mundo. As necessidades físicas, a força da fome, a força do desejo, tudo pode ser colocado na arte. A força da sede. São universais e atingem a todos.
MT: Você é de Vitória da Conquista e traz um pouco dessa coisa da fala, uma coisa forte, você tem um pouco da verborragia baiana, ao mesmo tempo tem uma coisa forte, de sabedoria. Tem uma força do Sertão em você.
RL: Não existe espaço definido onde vai acontecer o movimento. Existe força e o movimento dentro de cada pessoa. Você tocou nessa coisa do sertão. Pois eu vou te contar uma: na minha infância, minha família foi convidada pra ir para um casamento em Vista Nova. Uma vila muito pobre. A moça andou várias léguas para casar e ela andou de vestido de noiva. Teve que andar descalça por que não aguentou, aquela terra vermellhar, coisa linda, aquela terra dura do sertão e todo mundo atrás dela. Coisa linda. Fomos até o lugar, rolou o casamento e o pai da mulher matou bois, galinhas, aquela farofa, aquela festa linda. O que achei mais lindo no meio disso tudo, é que apareceu um senhor, todo de branco, muito distinto, e esse senhor me fez um discurso que não entendi muito bem porque eu era criança, mas era tão bonito. Depois eu procurei saber quem era e meu pai disse: aquele senhor é uma pessoa de pouca escolaridade.
MT: E quantas experiência você não deve ter tido, porque o sertão tem essas figuras maravilhosas, mestres, beatos, gente com um outro tipo de conhecimento. Você cresceu sonhando em ir pra capital?
RL: A minha necessidade não era ir pra capital porque eu acho que não sou uma pessoa urbana. A minha questão era ir para um lugar diferente, conhecer culturas diferentes. Quando eu sai do sertão e fui pra Salvador foi diferente. O sertão me trouxe poesia. Salvador me trouxe uma coisa física, é uma cidade viril, uma cidade sexual. Naquele momento eu me fragilizei porque eu estava dentro do meu próprio corpo e interagindo com tudo, enquanto homem e enquanto artista. Eu posso dizer que na minha vida o que eu tinha pra sofrer eu sofri em Salvador. Eu me criei em Salvador, com resistência. Salvador tem uma coisa violenta presente na coisa física e na pobreza. Eu acho que foi válida a experiência. Em Boston, foi a comunicação. De você conseguir ler todas essas experiências e conseguir se comunicar. Porque o artista é um comunicador. Isso envolve tudo, conteúdos, comentários.
MT: Se você tivesse que dar nomes a quem te influenciou.
RL: Eu gosto muito do Caetano Veloso, da arte, da música. Eu tenho aquela coisa baiana de gostar de Caetano, Bethânia, normal. Mas tem uma coisa de amar Elomar Figueira. Esta semana eu escrevi um roteiro ouvindo a música de Elomar Figueira. Que traz coisas gigantescas do sertão, muito forte. Mas aqui nos Estados Unidos eu amo música de preto porque eu amo a percussão, então tudo que é rap, reggae, tem um cara inclusive que é da Jamaica, influenciado por Bob Marley, Sean Paul, ele é fantástico, tem músicas maravilhosas, mistura reggae jamaicano com hip hop. Levanta. E ligado a questoes politicas. Tenho amado a Beyonce que é negra, jovem, tem um trabalho lindo.
MT: Você me falou de um conhecido que parecer ter conseguido o primeiro asilo político por provar que os direitos LGBT não são respeitados no Brasil…
RL: A gente começa analisar as coisas de forma individual, e com isso a gente acha que o problema é nosso ou do outro. O que eu quero dizer com isso: quando você a questão da homossexualidade no Brasil e nos Estados Unidos existe grande diferença. Aqui, você vê uma questão de ordem política e de direitos, e é uma questão maior. Vendo assim, também podemos comparar uma coisa e outra. Um conhecido que mora aqui há 20 anos, foi pego pela imigração, sem documentos, e ele disse a juíza: eu estou aqui há 20 anos e me sinto bem em estar aqui pela questão do respeito ao homossexual. Ele sabia que se vivesse no Brasil poderia estar morto. A juíza ficou comovida com isso e pediu a ele que provasse. Durante três anos, ele juntou vários eventos de assassinatos de abusos contra homossexuais e consegui um asilo, digamos. Foi uma proteção a vida dele.


Robson Lemos em seu quarto em Somerville.

MT: Foram muitas lutas. A revolução contra a escravidão começou aqui em Boston, tem um outro olhar, uma herança…Um sentimento de Justiça, tipo, o cara do spray de pimenta que atacou os estudantes na Califórnia, foi afastado…
RL: Eles tentam controlar o abuso do poder, vetar o abuso do poder, coisa que no Brasil, infelizmente, não é controlado. No Brasil, se o cara é policial e ele te aborda na rua, ele te dá um tapa na tua cara, um murro no teu peito e acabou. E daí? Você vai reclamar que ele fez isso com você? Quer dizer, eu acho que aqui existe uma preocupação de nivelar as pessoas. Quer dizer, a polícia tem o seu papel dentro da sociedade, mas ele tem o limite. Isso é sociedade. Não é porque você tem um revólver na mão ou porque é um político, você pode abusar do poder. Isso é terrível.
MT: Ainda tem um pouco daquele ideal da “América”não é? Uma terra dita “livre”, com oportunidades iguais. Isso foi forjado aqui em Boston e engraçado hoje ser Thanksgiving, e eu vi ainda pouco algumas gravuras dos colonizadores sentados com os índios. Quer dizer, esses valores ainda são perseguidos pela sociedade americana, mesmo com toda a corrupção. 
RL: Eu nunca tive oportunidade de conhecer os nativos americanos. Os índios. Então eu fui convidado pra ir até Nebrasca para um congresso de arte e educação com Augusto Boal. Passei uma semana lá. Uma cidade que tinha milho, e eu comi milho até não querer mais. Tudo muito barato, as pessoas muito hospitaleiras, eu chegava nos lugares e ninguém deixava eu pagar nada. Eu senti uma coisa de interior, do sertão da Bahia. Resultado: rolou o congresso, umas 500 pessoas do mundo inteiro fazendo homenagem ao Boal, e eu conheci um índio. Aquele cabelo preto, aquela cara, eu achei que era mexicano, fui falar espanhol com ele. Ele disse que não falava espanhol e que era índio norte-americano. Native india. Ele usava pena, tava lutando por questões ecológicas dentro da teoria do Boal. Foi um encontro fantástico. Em determinado momento, a gente estava num auditório enorme, lotado e Boal disse em inglês: “A Constituição desse país, precisa ser revista, porque ela é uma brincadeira, como você pode fazer a constituição de um país inspirado na Bíblia. Religião e política não tem nada a ver”. Ele falou isso e foi muito forte. Ele falou com um desdem, sarcastico. É muito poder, muito conhecimento para você chegar em um país, dentro de um auditório de uma prefeitura e fazer uma afirmação como essa. Eu achei muito forte. Pra eu quebrar minha opressão, a primeira coisa que fiz foi tirar minha sandália, avisar todo mundo, e depois disse que meu inglês não era tão bom mas que eu iria falar do jeito que eu poderia falar, sem opressão. Comecei assim.
MT: Há quem critique a terminologia Teatro do Oprimido.
RL: Eu acho que o Teatro do Oprimido é só uma terminologia para dizer que todo mundo é oprimido. Acho que temos que descobrir a opressão e liberar. Eu queria contar um fato interessante que aconteceu comigo aqui na estação de Beverly, Massachussets, onde estamos chegando agora. Tinha uma moça bonita na estação e ela falou em português: Robson, tudo bem? Você não se lembra de mim. Eu olhei pra ela assim, surpreso, e disse, “mais ou menos”. Ela disse assim: eu sou esposa de fulano de tal. Era mulher de uma das pessoas que trabalhava comigo no restaurante. Em questão de minutos, ela começou a falar da vida dela para mim e ela disse que nos sete anos que ela ficou no Brasil sozinha, ela arranjou um outro homem lá, porque mulher, não consegue viver sozinha, depois que tem marido. Ela me falou que assim que chegou aqui ela percebeu que tinha todos os direitos que ele tinha e que o mais importante naquele momento é que ela tinha o direito, e era oportunidade, de trabalhar e fazer o dinheiro dela. Ela disse que estava pensando em se separar. De início eu posso te dizer, se eu fosse usar minha questão moral de homem que nasceu e cresceu no Brasil eu poderia dizer: é uma mulher, digamos, sem moral, sem escrupulo? Mas tendo uma visão internacional, eu posso dizer assim: ela é uma mulher que está a procura da independência dela. Mulher aqui tem muita oportunidade aqui, mais que no Brasil. Então existe muito conflito entre brasileiros que vêm para cá. A conquista econômica é muito forte e o brasileiro, infelizmente, tem uma coisa muito machista dentro dele. A mulher aqui é muito protegida pela lei. Tem tanto abuso no Brasil.

Assista este curta com Robson Lemos:
Venha ver o por do sol

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A grande mídia esta ignorando. Os carros da ABC, Fox News e diversos outros canais estão aqui do nosso lado, cobrindo o Occupy Wall Street. Mas além de minimizar a maior manifestação civil norte-americana desde a Guerra do Vietnã, nenhuma rede de TV ousa a fazer as relações necessárias para compreender este evento.

O documentalista Michel Moore ao professor Noam Chomsky do MIT, nomes mais que representativos do que resta de critica e consciência nos Estados Unidos, reconhecem a importância da ocupação inspirada, quem diria, pela primavera árabe e que em pleno outono americano ocupa lugares públicos em cerca de 20 cidades dos principais centros urbanos da América.

Não existem lideres no movimento. Pelo menos dois séculos de luta pelos direitos humanos e liberdades individuais, dotaram os cidadãos americanos de uma capacidade de auto gerenciamento invejável. Em Boston e NY, duas ocupações onde tenho a oportunidade de viver o cotidiano, o trabalho voluntário sustenta a dinâmica dos acampamentos que contam com cozinha, ambulatório medico, centro de imprensa, workshops, banheiros químicos. Cada um ajuda como pode e o tanto que pode, cinco minutos, cinco horas. Todos podem falar e se manifestar. Assembleias são constantes, depoimentos, um grupo arrecada fundos, outro doações, outro pega assinaturas em abaixo-assinados que serão enviados ao Congresso e ao presidente Obama.

Denuncias contra grande corporações são constantes. Casos absurdos contra bancos, fabricas, industrias. Todos querem contar sua historia, todos querem falar com todos, explicar, entender, articular. As historias se repetem: americanos que na casa dos 50 anos estão endividados ate a tampa, trabalhando das 3 da manha as 10 da noite para ganhar quase nada, estudantes sufocados pelas mensalidades exorbitantes das universidades, mesmo nas consideradas publicas, legião inteira de desempregados, jovens sem esperança que só conhecem a historia da decadência desse que já foi o grande império econômico mundial.

Ao redor de tudo isso, uma cambada de loucos, porra loucas, curiosos, turistas vem contribuir com sua anarquia, engrossando o caldo da esperança por um mundo melhor, diferente, possível, que quebre o moto continuo da lógica do lucro e da exploracão humana.

A maioria dos americanos nunca foi a favor das guerras, mas sempre se mantiveram em silencio no seu conforto de consumo. Agora é diferente. Exigem o fim das invasões no Afeganistão, Iraque, querem o aumento de impostos para os ricos e que toda essa fortuna incalculável seja revertida em favor de mais trabalho nos EUA.

Wall Street parece uma Canudos no século XXI, tamanho a quantidade de pessoas disposta a enfrentar as autoridades até as ultimas consequências. Ainda é cedo para dizer onde o movimento vai parar. O frio aumenta dia-a-dia, nao se sabe ate quando esses jovens, velhos e crianças famintos de amor e renda vão suportar. O governo cozinha as manifestações em banho-maria, e vejo na cara dos policiais que cercam a praça em Wall Street, a sensação de que uma hora tudo voltara ao normal.

Não sei. Olhando agora aqui em volta, no epicentro dos ataques de 11 de setembro, na esquina da ferida aberta dos Estados Unidos com as novas torres do World Trade Center sendo erguidas e no meio do caos das bandas que tocam e da multidão que passa freneticamente, eu sinto algo diferente no ar. Tem um brilho nos olhos dessas pessoas.

Assim como a Revolução Americana de 1776 mudou e influenciou todo o século XVIII, não há nada demais em encher a alma de Utopia e torcer para que um outro mundo surja a partir dessa revolução. E quem sabe não faremos o #OccupyBrasil na esplanada dos ministérios em Brasília para expurgar o câncer brasileiro da corrupção?

Vale a pena apostar nos olhos, beijos e abraços de todos os acampados que clamam por justiça, igualdade, liberdade em Nova Iorque, Boston, Los Angeles, São Francisco e tantas outras cidades como Cairo, Israel, Barcelona, Madrid… Alguma coisa esta no ar, uma vontade de mudança. O mundo carece disso. God bless the child. God bless America.

ACOMPANHE AQUI AO VIVO DIRETO DA WALL STREET.

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Acarajé, feijoada, churrasquinho, centenas de pessoas com a camiseta verde amarelo. No palco, a axé music é a grande estrela da festa, cabrochas, inglês e português misturados são os idiomas na beira do Charles River, em Brighton:  é o 16 Festival da independência organizado pela comunidade brasileira em Boston, cidade com o maior numero de imigrantes na América, algo em torno de 400 mil pelos dados oficiais do Ministério das Relações Exteriores, mas muito maior se levarmos em conta o numero de imigrantes ilegais não contabilizados.

A comunidade brasileira é querida pelos americanos e muito organizada. Os brasileiros são donos de rádios, padaria, bares, mercados, empresas. Também trazem uma espécie de alegria que falta em todo o mundo organizado e ultra desenvolvido dos Estados Unidos. Tudo aqui é familiar para nossos olhos, também por conta da imigração portuguesa no inicio do século passado. Hospitais, bibliotecas, centros comunitários, em algumas áreas, como hospitais, informações bilingues.

Os Estados Unidos aprenderam a conviver com a imigração nos últimos 150 anos. Mais que isso, hoje os imigrantes são mão de obra importante no mercado americano e também tornam esta sociedade cada vez mais multi cultural, como é o caso de Nova York, uma cidade internacional com 50% da população pertencente a mais de 180 diferentes paises.

Brasileiro aqui em Boston faz de tudo, limpa casa, escritório, trabalha em restaurante, cuida de criança. A limpeza é mais leve que a brasileira, o patrão bem menos exigente, pois os americanos não são muito chegados em limpeza. Serviços que são dignos e bem pagos por quem pode ter o luxo de contrata-los. A maioria dos brasileiros esta aqui há mais de 10 anos, alguns 20. Uns conseguiram seu papel (cidadania) casando com americano ou com outro brasileiro que tinha papel, outros vivem clandestinamente, mas nem por isso deixam de ter seus direitos. A policia pode até te parar na rua, o que é raríssimo, tanto que muitos dirigem sem carteira, mas não vai se meter na questão imigratória que diz respeito a outro departamento. Aqui é cada qual no seu cada qual.

Os brasileiros se misturam muito pouco com os americanos. Vivem num mundo a parte, mantem hábitos nacionais, em bairros (que na verdade são cidades com administração própria), a exemplo de Somerville, que acabam ganhando uma identidade.

Um amigo me diz que 80% dos que estão aqui são evangélicos. Se adaptam bem a velha combinação capitalismo/protestantismo. Trabalham cerca de 20 horas por dia, de segunda a segunda. Alguns ficam mais americanos tradicionais e conservadores do que os nativos. É de casa para o trabalho, do trabalho para a igreja. Estou ha 10 dias em Boston, aproveitando cursos, os parques, desfrutando do ambiente de conhecimento da cidade, sede da Harvard e do MIT, e já conheço a cidade mais que alguns deles.

No olhar desses brasileiros, muitos não podem sair do pais pois estão ilegais e isso significaria não voltar mais, vejo um ar desilusão. É como se estivessem perdidos no limbo, estrangeiros, exilados aqui; e talvez se voltarem ao Brasil, onde tudo é muito diferente, passariam a sentir o mesmo. Muitas vezes me parece um caminho sem volta.

Lamento que nosso pais não de condições para as pessoas viverem, tanto as que estão aqui como para milhares que continuam la, enfrentando dificuldades. Todos sabem que num pais elitista e escravocrata como o nosso, nem mesmo quem tem diploma universitário pode conseguir o nível de vida que se tem aqui. A grande duvida pra quem pensa em voltar: oportunidades nas terras brasileiras, mantendo um padrão minimo de vida.

Nos EUA, apenas com o segundo grau ou nem isso, eles tem a chance de ter sua tv de plasma, seu celular, carro, uma moradia digna, comem do bom e do melhor, pois tudo é infinitamente mais barato. Alguns ganham 10 mil dólares por mês. Vivem ‘ bisados’, aportuguesamento de ‘busy’, ocupado, em inglês. Trabalho não falta. É dinheiro vivo na hora. Em uma semana se compra um carro, roupas, computadores. Como disse Contardo Calligaris em artigo recente na Folha comentando os saques em Londres, o consumismo passou a ter a legitimidade de coisas essenciais na vida. São marcas de identidade, de independência, de conforto. Quem não gosta de viajar? De ter suas coisas? De poder comprar, se alimentar decentemente, de navegar na internet?

Entendo agora quando se diz que a América é a terra das oportunidades e os brasileiros ‘cucarachas’, parodiando Henfil, que não tem medo de trabalho e nem preguiça, nadam de braçadas. Estigma de preguica aqui é com a comunidade espano-latina.

Os tempos não são dos melhores com a crise, muita gente voltando, muita gente que não ganha mais como antes. Alguns ganham para sobreviver. Os brasileiros aqui se organizam, se unem em associações que lutam pelo direito do imigrante, a comunidade é atuante. Tenho vontade de lançar um movimento de repatriamento dessas pessoas, o Ministério inclusive tem uma cartilha chamada Guia de Retorno ao Brasil, porque não é uma decisão fácil e pode vir acompanhada de traumas, pois eles construíram uma vida inteira aqui.

Penso que nossos brasileiros americanos podem ser muito úteis para o nosso pais, com sua força de trabalho, sua experiência em uma sociedade livre, seu senso de justiça, indignação, democracia e vigilância que desenvolveram por essas bandas.

Me chocam os relatos e as experiências e espero ter tempo para escrever algumas coisas aqui; estou também tentando entrevistas. A maioria dos brasileiros vem de Minas e muitos atravessaram a fronteira do México, sem nada. Uns foram presos, depois libertos, alguns conseguiram o perdão, outros foram soltos e continuam ilegais, outros deportados. Gente que largou a família aos 16 anos, pessoas que se juntaram aos pais que já viviam na ilegalidade por aqui, gente que casou e 6 meses depois veio para cá sozinho. Historias de separações, de sofrimento, de vitoria, de fé, todas em busca do chamado ‘sonho americano’, ideal que alimenta a movimentação de pessoas em todo mundo desde o século XX, principalmente no pos-guerra.

Massachusetts, uma das 13 colonias rebeldes, mantém uma certa tradição libertaria e não adotou a lei federal de imigração que pode perseguir os imigrantes em seus trabalhos ou quando aparecem no hospital e deporta-los. Mas isso as vezes acontece por aqui, me explicam. Cada caso é  um caso, são mil fatores. A imigração sabe onde cada um deles esta, mas esta sempre tudo bem. O direito ao trabalho é um principio forte nos EUA, para todos, sem distinção.

Esta noite, milhares de brasileiros vão dormir quatro ou cinco horas para pegar no batente amanha, em dois, as vezes, quatro postos trabalhos. Enviam dinheiro para suas famílias, guardam na poupança sonhando com o dia da volta, para um lugar que talvez só exista em seus imaginários. E para os que estão no Brasil e ainda acreditam nele, como eu, é tempo de sonhar com um pais sem corrupção, com um Estado de Direito real. Torço para que esse dia chegue logo e que nossos irmãos possam voltar em paz para o nosso gigante multicolorido e juntos, quem sabe, não construiremos de fato um pais justo, dividindo o bolo que vemos crescer diariamente.

A esperança é a ultima que nasce. Tudo a fazer.

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Depois de uma rápida parada em Phoenix, no Arizona, o voo 1535 da US Airways (com internet a bordo, o que faz o voo parecer incrivelmente mais curto) chego a Los Angeles. A segunda maior cidade dos EUA impressiona do alto. Quem me recebe no aeroporto é Karina. Temos um grande amigo em comum.

Aqui não me sinto nos EUA. Muitos falam espanhol e em todos os lugares há informações bilíngues.

Vamos direto para uma boate na parte sudoeste da cidade para uma festa cubana e de alguma forma aquilo me conecta com toda nossa latinidade. Para entrar no bar, como de praxe, tive que apresentar algum documento para provar a maioridade. Aqui eles tem um controle absoluto por conta da própria lei seca nos anos 30, a multa é alta para quem desobedece e as autoridades costumam armar pegadinhas. Então mesmo que você não pareça um adolescente de 16 anos e que tenha alguns fios de cabelos brancos, eles SEMPRE vão pedir sua identificação.

Los Angeles é conhecida por suas gangues, a liderança delas passam de uma geração para outra. A cidade também tem um histórico de violência e de muitos conflitos raciais. São negros discriminando latinos e brancos, e latinos discriminando negros. Ontem no metro, subindo para o norte da cidade onde esta Hollywood, vi um negro hostilizar uma branca. Ela era careca, gorda com piercings; entrou de bike no metro sem pedir licença e ocupado espaço. Ela o tocou levemente e ele não gostou, fez um gesto de se limpar. Também vi adolescentes hostilizando um branco que recolhia recicláveis num lixo.
‘ São muitas Los Angeles’, me explica Karina. Aqui cada um vive na sua área, no seu gueto e quando alguma coisa esta fora do lugar, vem o conflito. No século XIX, os negros só podiam viver na outra margem do rio Los Angeles que corta a cidade. Hoje eles podem viver em qualquer lugar, mas as marcas da historia não podem ser apagadas assim. Ja em 1881, também existem relatos de hostilidade contra os asiáticos aqui, principalmente chineses e japoneses. Hoje eles tambem são a cara de L.A. E engraçado como toda grande ou media cidade americana tem sua Chinatown. Aqui, no bairro oriental, se pode comer enormes e deliciosas refeições por menos de 10 reais.

Me surpreendi com o multiculturalismo de Portland com asiáticos, negros, latinos e até uma brasileira que vendia comida do Brasil em um trailler, mas sinto a forca multicultural mais forte aqui em L.A.

Minha amiga trabalha com imigrantes. Acordamos de manha e ela me mostra um vídeo que produziu sobre uma comunidade latina que ocupa um lugar histórico na área central de L.A. e sofre com as pressões da iniciativa privada que quer derrubar todos os prédios para construir um grande empreendimento. A palavra usada para esse processo aqui é ‘ gentrification’. Como vejo, são muitas semelhanças entre nossos mundos.

Os sinais da crise são mais visíveis aqui na costa oeste. Desde Portland, noto um numero cada vez maior de pessoas nas ruas, miseráveis em praças. Soube que os jovens não encontram emprego por aqui e isso é visto como grande sinal de crise. Muitos culpam os imigrantes por isso.

A Cidades dos Anjos tem muito a ensinar sobre a complexidade e a desigualdade nos Estados Unidos e de como apesar das dificuldades no Brasil, somos um pais que sofre muito menos com esse tipo de conflito.

ps: Gadaffi e Steve Jobs são a bola da vez nos noticiários americanos. Ah! Também tem o furacão Irene que esta passando na Costa Leste depois do tal terremoto; é obvio que a intervenção norte-americana no mundo me desagrada e revolta, mas entre um ditador líbio e as ‘boas intenções’ norte americanas, eu prefiro estar contra os ditadores.

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Diversão é com os americanos. Pra nós, brasileiros, acostumados a rir de nossas desgraças, vamos combinar que não é lá essas coisas de humor. Mas num mundo de perfeição, onde quase tudo funciona, a coisa faz sentido. No início não conseguia distinguir quando um americano falava sério de quando brincava, mas algumas semanas depois, a coisa vai melhorando.

 

Há alguns dias conhecemos a pequena cidade de Dells. É um complexo turístico que começou a se desenvolver nos anos 20. São dezenas de resorts temáticos, parques aquáticos, onde os gringos se divertem no verão de 40 graus. Dells é a reunião de toda a cafonice americana. Tudo fake, construído unicamente com o objetivo de diversão. Tem a Roma antiga, tem a Grécia com direito a Cavalo de Tróia, tem até prédio destruído por terremoto. Tudo grande, imenso, lotado de branco tostado pelo sol impiedoso.

 

O verão é a estação da alegria, em contraponto ao inverno rigoroso de menos 30 graus, quando os americanos ficam trancados em ambientes fechados e enfrentam problemas que nem passam pela cabeça de nós que vivemos nos trópicos. Ouvindo as histórias dos amigos que moram aqui, é quase uma tragédia. Sem contar que as mudanças bruscas de temperatura provocam aqui no estado de Wisconsin, os famosos tornados. Aqui na vila de DeForest, um conglomerado de oito mil pessoas ao sul de Madison, capital do estado, encontramos alguns alarmes que provavelmente soariam mediante uma catástrofe. As pessoas têm mais ou menos uma hora para chegar até o abrigo mais próximo onde receberão o apoio necessário.

 

Wisconsin está perto de Chicago e dos Grandes Lagos. É um estado colonizado por ingleses, lógico, mas também por alemães, belgas, franceses, noruegueses. DeForest tem 150 anos e uma qualidade de vida que impressiona. A região já foi território dos indígenas americanos. Encontrei um livro que mostra todas as etnias que viveram aqui. Existem resquícios arqueológicos preservados, reservas criadas, pesquisas que dizem quantos índios vivos ainda existem, histórias e mais histórias sobre esses povos que, assim como na América do Sul, sofreram com a chegada do colonizador branco. ´Eles matam, mas pelo menos deixam tudo registrado´, brinca uma amiga brasileira ao lembrar a enorme lacuna que existe com os povos nativos do Brasil, de quem sabemos poucas coisas.

 

Wisconsin é diverso. Hoje visitamos uma comunidade Amish. São cristãos anabatistas, extremamente conservadores e que são contra o uso de tecnologias. Suas fazendas não têm energia elétrica, portanto não têm ar condicionado no inverno, usam carroças, cavalos, nenhuma máquina agrícola, vivem como se estivessem no século XIX. Entramos numa pequena loja para comprar verduras orgânicas fresquinhas. Três abobrinhas grandes saem por um dólar, uma libra de tomate por mais um dólar e cinqüenta. Dou uma nota de cinco dólares e a garotinha de cerca de nove anos que está cuidando da loja sozinha, com suas roupas típicas sem botões, apenas alfinetes, pergunta quanto que ela deve me dar de troco. Perto do meio-dia, depois de me atender, ela deixa a loja lotada de clientes que ficam ´a ver navios´. Em cima do balcão de atendimento tem um cartaz explicando que se não tiver ninguém na loja, você deve anotar o que está levando e depositar o dinheiro numa caixinha ao lado. Simples assim. Lá fora, um canteiro enorme de flores naturais. Você mesmo escolhe as flores que quer levar: 10 centavos de dólar cada botão. O sistema é o mesmo: pega o que quer, anota num papel e deposita o dinheiro na caixinha.

 

Fique com vontade de construir um roteiro pensando nessa comunidade. Uma garotinha cresce aqui, descobre as coisas ´terríveis´ do mundo contemporâneo pela internet e decide ir embora para NY, depois de um vai-vem digno das novelas latinas, ela descobre que a felicidade está lá, na pequena vila cristã. Mas, tarde demais, pois ela não pode voltar já que se contaminou com o mundo desumano e terrível do capitalismo e a comunidade não a aceita de volta.

 

Se o filme seria um sucesso, eu não sei, o fato é que cada um escolhe a vida que quer ter, e aqui na América existem centenas de estilos de vida possíveis de serem vividos, o Estado garante o direito de você viver a vida que escolher. Penso que independente das religiões, dos países, de qualquer pensamento sobre a vida, essa deveria ser a prática comum em qualquer lugar do mundo que você esteja.

 

ps: americano entende mesmo é de business. Visitamos uma vinícola de pouco mais de 100 anos. Nenhum grande vinho, mas marketing fantástico. Você chega, vê um vídeo sobre a vinícola, uma mulher explica como começou tudo. Tem uma caverna que a família que criou o vinho morou por um ano enfrentando o frio rigoroso da região. Depois visitamos os pés de uva, alguns têm 100 anos e ficam em estado de hibernação quando cai a neve. No final, uma lojinha onde você prova todos os tipos de produtos, fica ´grogue´ e compra de tudo: queijo, cestas de fazer piquenique, bolsas térmicas, camisetas, caneca e até vinho. Tudo personalizado com o nome da vinícula e a um preço baratinho.

 

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